“A morte diante da vida não é nada mais do que apenas uma transformação que se faz no ser que retorna ao seu lar de origem, sem que, as vezes, perceba que de fato já deixou lá atrás a matéria que o abrigava enquanto ser encarnado.
As vezes se desespera diante da vida, mas esquece-se que a morte nada mais é do que passaporte de retorno ao lar, desde que a hora seja aquela antes ajustada para o desencarne.
Não se deve temer aquilo que só por desconhecer se deseja repelir, pois trata-se de lembrança de eras remotas em que sofreste as mais terríveis sortes no campo da vida espiritual, expurgando de si muitas chagas que lhe maculava a alma.
O desejo incansável de impedir que o inevitável ocorra é brincar que em si exista a misericórdia de Deus, permitindo a perpetuação da vida, quando os laços que a prendem a terra se deve desprender.
Não se trata de uma luta em vão a perspectiva da vida, mas não nos patamares que muitos querem, como se a imortalidade residisse não na alma e sim na matéria.
Meus queridos saibam que o espirito goza de sua imortalidade mas a matéria é transitória, passageira, cuja duração será aquela a que estivemos dispostos a permitir.
O livre arbítrio nos permite a violação de um direito sublime, que é o de viver, pois é possível a sua interrupção material por lampejos de irracionalidade mundana, mas não evitando que a alma vague na imensidão da erraticidade irmã.
Por isso a perda de uma vida, nas mãos da loucura, traz sérias consequências à alma que se rebeldia contra a vontade do Criador, impondo a este ser infeliz toda sorte de sofrimento e dores, pelo remorso que lhe abaterá para diante de sua consciência.
Somente é possível a sorte da vida pública em sabedoria celestial quando a paz no coração for alcançada pela prática constante do bem servir, até lá muitas lamentações e dores serão percebidas, como mecanismo de depuração do espirito até que não se rebele mais contra as ideias da criação.
Somente a luz divina pode aclarar a mente adoentada no desânimo do viver, para que desperte de suas razões e conduza a sua vida na misericórdia divina, sabendo que o despertar embora seja por vezes doloroso traz bálsamos gratificantes a se sentir para todo o sempre.
Meus irmãos a perda da vida pelas mãos de um suicídio nos traz grande aflição, por isso o combate que se faz a tais ideias insanas é para que se fortifique na alma a coragem no viver.
Que não se pense que a covardia seja a chave para a perda da vida de maneira tão abrupta, pois a coragem é indispensável para a prática de ato tão contrário a vontade do Criador, pois a violação de suas leis não está na essência de cada ser.
Desta maneira não se deve perder a covardia, mas sim a coragem em ceivar a própria vida, por meio de tratamentos que recupere naquele ser a sua alta estima, o desejo de ser e de servir as suas causas, que o conduzirão, fatalmente, ao bem.
Não será com as pedras às mãos que estaremos na direção correta de auxílio, mas com a brandura do coração que deseja servir a causa do irmão em sofrimento, conduzindo-o de volta para a coragem de viver e não de morrer.
Somente com a compreensão correta da espiritualidade que nos guia as sendas do bem é que entenderemos que o fim justifica, por vezes, os meios mal compreendidos, que nada mais visam no que o nosso fortalecimento diante da vida.
A depreensão perniciosa a alma é aquela enfermidade em que a pessoa não aceita a necessidade de seu crescimento espiritual por via não vertiginosa, fazendo que por vezes a vida seja ceifada, com a perda repentina da matéria, mas não dos lações que nos liga a ele por força da alma que nos guia.
Somente quando for bem compreendida a dor e o sofrimento daquele que se repela em face de sua consciência, adoecendo gravemente a sua racionalidade é que poderemos ser para ele a verdadeira compreensão e ajuda.
Somos todos enfermos, necessitados da compreensão divina e irmã, sem que sejamos capazes de curas seguras sem a mão que nos acolhe e nos afaga a coragem, trazendo o ânimo de viver para novamente dentro de nós.
Por isso orem pela misericórdia divina a favor de cada irmãozinho que se mostra prostrado diante da vida, pois é merecedor de toda a nossa ajuda e compreensão, para que aos poucos reerga a sua razão e sua sabedoria no bem viver.
Somente a razão bem compreendida, em suas nuanças e aspectos salutares da vida humana poderá fazer que o combate ao mal que atinge por demais diversos enfermos seja verdadeiramente enfrentado.
No porvir a compreensão se fará em vigor nas almas sãs e amigas, capazes de auxilio e prodígios até aqui não compreendidos.
Por isso se apeguem na nobre causa cristão e sirvam de apoio irmão e amigo àqueles que sofrem, pois assim amanhã serão pelo Criador consolados e atendidos em seus pedidos pela mão divina da misericórdia.
Não lutem o combate da razão material, mas da verdade espiritual que nos acolhe e protege da irracionalidade, sejamos assim o breve que não tardará a chegar, ou seja, o bom servidor da causa irmã.
Que assim seja na paz do Cristo.
Uma amiga e irmã.
Assistida por Pedro Paulo”