“A verdade que nos aguarda desse lado da vida é a de que estamos diante de uma realidade nova, viva e pungente, que a cada dia revela uma nova oportunidade de valiosa lição.
Mas se aqui a escola continua não é de nós eliminado os prazeres terrenos, não no sentido que muitos ainda vivem, em excesso e em desagrado com o que é moralmente saudável a cada ser, mas sim daqueles que nos agrada a alma e faz bem à alegria de viver.
Por isso se estamos aqui diante de lições, de aprendizado e por vezes de incessante trabalho renovador, gozamos também do descanso, do lazer, do bate papo instrutivo e alegre.
Nós os espíritos não somos chatos...alguns parecem crer que estamos diariamente somente no serviço, no trabalho de levarmos esperança e luz aos irmãos.
Digo chato no sentido de chatice, ou seja, mesmice, sem que haja novidades, descanso e lazer.
Aqui desse lado da vida também saímos, visitamos lares de nossos afins, gostamos de musica, leitura, de assistir as notícias da vida terrena e da espiritual, mas, sobretudo, de estarmos uns com os outros.
Não é porque morremos, ou melhor, desencarnamos, que estamos aqui estáticos em um único serviço ou caminho, pelo contrário, a vida aqui é dinâmica e permite os mais diversos sentidos de viver bem e com prazer.
Desse lado da vida gozamos da alegria de não mais duvidarmos da continuidade da vida pela certeza que passamos a ter de que a alma continua como antes, com toda a sua altivez.
Encontramos desse lado da vida a forma que nos é peculiar, por afinidade que adquirimos ao longo da vida na terra, desejando as mesmas coisas e buscando as sensações que nos são próprias.
Se fomos caridosos na terra certamente buscaremos desse lado o serviço enobrecedor, se fomos porém gananciosos da mesma forma seremos e agiremos aqui, acumulando não só riquezas mas vitimas de nossa estupidez.
Da mesma maneira ocorre em relação aos prazeres, vejamos por exemplo, uma mulher que experimentou em sua existência carnal a luxuria, o desejo descontrolado pela sua sexualidade, estará fatalmente afinada desse lado com os seus desejos e viverá da mesma maneira, até que entenda a imprudência de suas atitudes.
A divina providência não nos força a educação, mas respeita nossas limitações e permite que o tempo seja o nosso guia e escola.
Quando estamos desse lado da vida os prazeres continuam intactos em nossas almas, seja como houver sido exercida, até que sejam adquiridos novos hábitos.
O fumante não perde o desejo pelo simples fato de desencarnar, enfrentará desse lado da vida as mesmas dificuldades para abandonar esse vício, como também será por nós amparado e assistido.
Quando entramos no plano espiritual deixamos para trás a vestimenta que por tanto tempo nos foi útil e amiga, mas aqui adquirimos a verdade de sua continuidade, cuja leveza ou peso estará intimamente ligados aos nossos desejos e vontades.
Por isso que o cuidado que tivermos com os prazeres do mundo material será para nós um bálsamo na entrada nos céus, ou seja, na espiritualidade.
Não é correto imaginar que ao encontrarmos o caminho do retorno deixaremos para trás tudo aquilo que embora prazeroso nos era extremamente prejudicial.
Seus males já não serão sentidos no corpo, mas tão somente na alma.
Carregará consigo as mesmas chagas ou graças.
Por isso estará aqui habilitado a viver os seus prazeres, e deles fazer as escolhas que necessita.
Com o passar do tempo, pela sabedoria que adquirimos, fazemos novas escolhas para que o prazer seja realmente salutar e benéfico, para que não nos escravize, mas sim liberte.
Por isso quando desejarem algo saibam que tais prazeres estarão conosco quando o regresso for chegado.
Passem hoje meus irmãos a viverem os prazeres benéficos da vida, as escolhas felizes e salutares a alma, pois assim viverão quando aqui regressarem.
Que a luz do Cristo os guie.
Que assim seja.
Luciano.
Assistido pelo amigo Pedro Paulo”