quinta-feira, 26 de março de 2015

O casamento e a união homoafetiva na visão da espiritualidade.



“Quando duas almas que se amam se encontram e sentem uma pela outra o desejo de estar em sua companhia e com ela edificar um lar sólido de alegrias, sabendo que embora há de existir tristezas serão estas contornadas, estamos diante do que hoje muitos desejam mas poucos realizam, o casamento de almas afins. 

Meus irmãos o casamento hoje já não encontra amarras que nos impede o livre arbítrio, outrora não havia para muitos a escolha do parceiro ou parceira, mas sim era para alguns o resultado de uma imposição paterna, do acerto de contas e de uma combinação mesquinha.

Embora tais laços de casamento já não existam na boa parte da civilização humana, há ainda aquelas que ocorrem por simples interesse material ou físico, sem que haja de fato um amor a ligar as duas pessoas, mas sim um desejo escuso e que será uma erva daninha a destruir desejos e sonhos. 

A verdadeira união nasce do afeto e do amor e não do interesse físico ou material, a união que realmente traz aos olhos de Deus a certeza da felicidade é aquela que vem acompanhada do desejo de acerto, de que haja entre as partes envolvidas a união de interesses verdadeiros e que impere no lar a compreensão e o respeito.

Mas estes casamentos ainda são raros, pois são poucos aqueles que já percorrem o caminho salutar do encontro sincero e afetuoso.

Meus irmão vemos tantas pessoas se esconderem por detrás do que não são, pois se revelassem o que de fato vai no intimo poucos seriam aqueles que os iriam querer tão junto de ti, vemos ainda aqueles que por detrás dos bens materiais busca a compra do afeto ao invés da sua conquista sadia e paciente. 

Isto ocorre porque ainda não sabemos que a calma é a maior arma que possuímos para que sejamos felizes com aquele que escolhemos dividir as nossas angustias e felicidades.

Não será pela busca desenfreada, pelo desespero ou mesmo pensando em prol apenas do seu amor próprio, que se estará em caminho de encontrar aquele ou aquela que lhe será todo carinho e atenção.

É necessário mais, é indispensável que o amor seja a bandeira a carregar junto ao peito diante do desafio do encontro que seja salutar e sadio. 

Alguns julgam que estão acima do certo e do errado e que apenas a eles cabe a escolha desse ou daquele parceiro ou parceira, quando o certo é de que as almas afins se encontram, não se procuram. 

Para que nossa alma esteja aberta ao encontro é preciso que seja livre e que esta liberdade nos inspire no amor verdadeiro e que conduzirá inevitavelmente ao encontro.

Mas lembrem-se meus irmãos o casamento não é apenas o encontro de almas afins, mas por vezes meio de ajuste de contas do passado, pendentes do devido acerto e ajustamento de conduta.

Algumas pessoas se unem a outras com o interesse de estarem pelo amor, ainda não de todo verdadeiro e afinado em ideais, resgatando as faltas do pretérito.

Pois se não há amor no inicio, mas simples paixão, isto não impedirá que surja com o tempo, pelas mãos sabias da paciência e do afeto, o amor, não aquele que está nas almas afins, mas nas que se compreendem e entendem a necessidade de auxilio e assistência para a superação de si mesmos. 

Há alguns que pensam que a união de almas é aquela que se espelha nos laços da carne e do corpo, não é, esta é mais intensa e verdadeira, enquanto a segunda é passageira e as vezes impede a verdadeira realidade por detrás da roupagem que se usa. 

Se as almas revelassem o que se esconde por dentro de um corpo a realidade que lhe brilha o horizonte se veria muitas roupagens revelarem realidades opostas àquelas ditas como aceitas ou normais. 

Desejo que haja certo entendimento do que digo, pois há ainda muitos falsos julgadores impelidos a crucificarem uniões consideradas “anormais”.

Meus irmãos a homossexualidade sob a ótica espirita está longe de condenar esta ou aquela atitude, mas sim a vontade e o desejo que impele o ser a ser assim é que nos causa certo temor quanto a origem e a atitude tomada. 

Se a pessoa escolhe com a nítida visão de conduta correta a tomar a homossexualidade é um desejo legitimo, pois nasce do coração e com ele está unido por laços que o guiarão mais tarde nas decisões a serem tomadas.

Mas do contrário, se nasce apenas de um distúrbio sexual, ou seja, de uma incerteza, de um desejo simplesmente carnal e não unido a fontes da alma, não passará de um erro, como tantos cometidos por heterossexuais, que estão em caminhos de perdição, que os guiarão a resultados de sofrimento e de dor, até que a consciência desperte para as realidades que necessita. 

Outro fator relevante é que a pessoa que escolha o caminho do amor por pessoas que aparentemente, ou seja, pela vestimenta atual que utilizam, é do mesmo sexo que o seu, haja com bons propósitos, mantendo a retidão do caráter, e sabendo que a responsabilidade com que guiará os seus passos é que lhe pesará amanha na balança. 

Meus amigos erram aqueles que pensam que a homossexualidade é apenas parte de um todo que ainda existe impedindo a marcha correta de cada ser, pelo contrário, as vezes é esta escolha que conduz o ser humano ao acerto e ao bom caminho, pois nem sempre as trilhas são as mesmas para que se cheque a este ou aquele destino.

É preciso compreender, que seja pelo casamento entre heterossexuais, seja entre homossexuais, o que realmente importará serão os sentimentos envolvidos, a responsabilidade com a vida em comum e o amor a guiar os passos da união. 

A opção sexual não reflete as consequências boas ou ruins da atitude, mas sim a intenção e o sentimento que guiam a ação e a conduta do ser, como individuo único e responsável por suas escolhas.

Por isso o amor é que de fato torna válido esta ou aquela opção, pois ser verdadeiro, ser correto, responsável e fiel são muito mais preciosos do que a escolha da pessoa que nos será afim por ser desse ou daquele sexo, cuja realidade, por diversas vezes, após o desencarne surpreende.

Ou será que não há aqueles que encarnam propensos a união homoafetiva justamente para aprenderem a importância do respeito, sobretudo com aquilo que lhe é diferente?

Nas provações da vida há muitas moradas, há muitos caminhos, mas será feliz sempre aquele que na verdade e no amor esteja guiando os seus passos de fé e de luz.

Que assim seja, e que a paz do Cristo esteja em todos os corações verdadeiramente cristãos. 



Pedro Paulo e Lucia.”

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