quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Tragédia de Santa Maria - Reflexões.




Santa Maria, me faz pensar em Maria, que acompanhou toda a crucificação de seu filho, Jesus, o qual veio a desencarnar após tanta dor.

Hoje nesta cidade tantas mães sofrem pela dor da perda dos seus filhos e filhas no trágico incêndio na Boate Kiss, como se o nome dado para a cidade fosse um prenúncio de que a população enfrentaria como Maria a perda de forma dolorosa de seu filho.

Talvez seja para que se lembrem daquela que após perder seu filho encontrou amparo na ressurreição,  que revelou a ela que a morte não é o fim, mas apenas uma passagem para uma nova vida, agora em um plano espiritual.

Por muito tempo os pais ainda sofrerão intensamente a perda de seus filhos e filhas, cuja dor aos pouco será amenizada quanto estiveram conformados, porém dificilmente viverão como antes da tragédia.

Muitos se perguntam: onde estava Deus na hora do incêndio? Acredito que ao lado de todos aqueles que viveram aquela situação de pânico e dor.

Os obreiros de Jesus com certeza ministram o amparo e o remédio necessários para todos aqueles que desencarnaram ainda tão jovens.

Penso que estejam agora em fase de transição, da vida material para a vida exclusivamente espiritual.

Por que isso aconteceu com tantas pessoas tão jovens e com tanta experiências para viverem? Não sei, acho que somente aquele que conhece toda a verdade acerca da vida de todos os envolvidos na tragédia tem capacidade de dar esta resposta, e neste caso somente Deus e Jesus poderiam saciar nova vontade de resposta.

Mas acredito que os pais daqueles jovens algum dia encontrarão as respostas que agora passaram a buscar.

Neste ponto me lembro do nosso saudoso Chico Xavier, que durante o tempo que estava encarnado levou para milhares de pais consolo por meio da sua mediunidade, quando psicografava cartas contendo mensagens de seus filhos.

Seja pela lembrança de Maria, seja pela da mediunidade de Chico Xavier, penso que em ambos os casos encontramos a verdade de que a vida continua após a morte, sendo nosso corpo nada mais que uma vestimenta provisória e frágil para o nosso espírito.

A vida corporal é extremamente frágil e quando nos deparamos com tragédias como a de Santa Maria esta verdade fica ainda mais viva e exemplificada.

Nosso corpo não é eterno, apenas nosso espírito possui essa característica, presente de Deus.

Conforme consta na letra de uma música do compositor e poeta Renato Russo, que também já desencarnou, “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você pensar realmente não há”.

Quando acontece a desencarnação tão inesperada como desses jovens, que perderam a vida quando saíram apenas para se divertirem, penso que devemos ter cuidado em não perder as oportunidades da vida.

Quantas vezes não ficamos sem conviver com pessoas que possuímos alguma afetividade, pelos mais variados motivos.

Adiamos atos e palavras para o futuro.

Entretanto o amanhã pode não existir, para nós e para eles.

Algumas pessoas nutrem por outros sentimentos de rancor, magoa e até ódio e deixam de conviver ou querer saber como vai a vida delas.

Deixam eventuais e possíveis reconciliações para o “amanhã”.

A fragilidade da vida deixa claro que é preciso saber valorizar as oportunidade que temos para agir ou falar algo para alguém.

Tenho muito medo do remorso.

Quantas pessoas precisaram enfrentar além da dor da perda do ente querido a dor do remorso por não terem feito ou falado algo antes que esta pessoa desencarnasse?

Esperar o futuro para falar ou agir é muito perigoso, pois a oportunidade as vezes não se faz presente tão cedo, e a sua perda pode ser dolorida.

Acreditar na vida após a morte e que poderemos reencontrar as pessoas queridas e que possuímos alguma afetividade não pode ser motivo para adiar nossas ações, pois poderemos passar um bom tempo sem ter qualquer tipo de contato com a pessoa, que somente iremos rever se tivermos méritos para tanto.

Acredito que em momento de grandes tragédias não devemos perder ou duvidar da fé, mas sim fortalecê-la,  pois é o melhor remédio para que aceitação seja possível.

Como é triste não acreditar em Deus, pois a morte para aqueles pensam assim ganha contornos ainda piores, pois acreditam realmente que é o fim e que nunca irão reencontrar entes queridos.

Somente através de Deus é possível ter esperança e consolo nestas horas de dor pela perda de um familiar.

Nada acontece sem que haja um motivo para tanto, todos aqueles jovens tiveram que passar por tão dura provação e com certeza encontrarão do outro lado merecida recompensa.

A lição que se extrai destas perdas é para todos nós, muitas mudanças virão, ainda que infelizmente pela dor, mas serão benéficas, já que ainda continuamos em nossa jornada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário