quinta-feira, 14 de agosto de 2014

O engano pela aparência - sejamos cautelosos.




“A conexão pela qual encontramos o amparo amigo, o suporte que nos acolhe e nos guia, pelas sendas da vida, será sempre aquela cuja boa vontade for a fonte de ânimo e coragem.

Nas tarefas diárias perguntamos como pode este ou aquele irmão deixar-se levar pela aparência efêmera das coisas, como se a verdade estivesse contida em apenas um ato ou omissão, sendo severo até mesmo com aquele que lhe nutre certa compaixão. 

Para que a verdade que cabe a cada pessoa seja enfim compreendida é preciso que se esteja para com ela aberta as suas ideias, a sua história, que revelará a sua verdadeira identidade de consciência e atitude perante a vida.

Não é com apelos desnecessários, com vicissitudes de toda sorte, que entraremos em contato com as dificuldades e glórias daqueles que nos são queridos ou mesmo daqueles que nos parecem apenas o espelho de certa realidade que estaríamos almejando.

Por isso tenhamos cuidado com tudo aquilo que a aparência nos possa transmitir, pois nem sempre ela espelha a verdadeira essência, mas acoberta muitas dores e mágoas cuja sombra impede a verdadeira beleza do ser que se pensa viver desta ou daquela maneira. 

Tenhamos a prudência de conhecer antes mesmo de perceber se este ou aquele irmão é infeliz ou soberbo.

Muito do que pensamos diante de um irmão acaba por ruir diante de pequenas verdades adquiridas pela experiência da vida diária.

Por isso sejamos mais cautelosos e não nos aventuremos no juízo errôneo do qual poderemos nos arrepender ou sejamos injustos ao ponto de até mesmo um mal causar, ainda que não conscientemente, mas cujos efeitos serão por nós suportados.

Meus amigos a certeza que se deve ter é que a vida constitui educandário a todos, sem que haja a nítida impressão de que esta ou aquela pessoa seja a exceção.

A cautela nos pede o cuidado de sermos ainda mais do que generosos, mas essencialmente bondosos com todos aqueles que nos cruzam pelo caminho, pois a todo irmão cabe a escolha do bom o mal caminhar, e será sempre à ele um bálsamo a lhe acolher a alma a mão amiga ou o abraço afetuoso que o ampara.

Antes de formar um juízo de que este ou aquele irmão está em vida de incorreção moral, verifique se o seu histórico permite que esteja em seu lugar e que agiria de maneira diferente ou mesmo que o fardo que lhe pesa a alma seja por ti suportado sem as mesmas lamúrias ou erros. 

Não é com a rispidez de juízos severos, cujo erro levará fatalmente ao arrependimento posterior, que se estará em frente da verdade que o conduzirá a essência do seu irmão. 

Olhe antes a alma do que o corpo que lhe guia os atos, pois nela reside a verdadeira brandura e doçura ou rispidez e endurecimento moral.

Embora o convívio não lhe seja possível a verdadeira caridade será aquela que ainda distante do semelhante lhe aponta a leitura da verdade, o amparo afetuoso pela oração sincera, sendo o caminho de amparo e auxílio àquele que, por vezes, ainda não aprendeu verdadeiramente a amar.

O amor contagia e enobrece a alma, pois acolhe de coração e de bom grado todos aqueles que estão necessitados das mais belas diretrizes e verdades cristãs que lhe abrilhantaram a alma.

Por isso não pense que o julgo que impede a consciência de seguir adiante, seja bom caminho, mas lembre-se que a verdadeira nobreza da alma reside em amar pelo simples fato de amar, sem que haja qualquer retribuição que não seja resultado do próprio exercício deste sentimento.

A emoção que nos acolhe com o ato de amar traz uma leve alegria de sabermos que estamos sentindo aquilo que o Cristo ensinou, ou seja, a verdadeira beleza de toda a Sua verdade, a leveza do Seu caminho, o brilho da vida que nos brinda com luz e paz.

Quando estiveres no momento do infortúnio não se julgue menos feliz ou amparado do que o irmão que lhe parece desconhecer esta espécie de infelicidade, mas agradeça a Deus a lição que lhe traz o beneficio do aprendizado e a remissão da divida que carregava ainda perto de ti.

O tempo que tem sob a terra, até que a partida de volta a erraticidade lhe bata a porta, é muito pouco para que haja com o devido acerto acerca do irmão que lhe aparece no horizonte.

Assim, deixe a Deus o que lhe pertence, não seja o invasor imprudente que deseja ter o que ainda não lhe cabe, mas aquele ser prudente que escolhe o bom caminho sabendo que somente este o levará a verdadeira vida, de acertos e de felizes escolhas. 

Ande sempre a favor do bem e não lhe traga o que ainda somente a Deus cabe, pois estamos ainda distantes de compreender toda a Sua sabedoria e grandiosidade diante de todas as criaturas.

Que o amor do Cristo nos guie, hoje e sempre.

Que assim seja.

Da amiga Ana.

Acompanhada do amigo Pedro Paulo”

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