quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Carta sobre sexualidade e prazer - lições da espiritualidade amiga.




“Fiz mal uso de minhas faculdades quando estive pela última vez na terra, utilizei o meu corpo como objeto indistinto de prazer mundano, desgastando o meu perispírito com devassas viagens no campo da sexualidade desmedida e irresponsável. 

Tratei da luxúria como se trata de um bem caprichoso que apenas se dedica por desejo e dinheiro, sem que o pudor nos seja instrumento viável de superação.

Passei por diversos prostíbulos, tanto no campo da matéria, quanto no campo da verdade espiritual.

Vi e vivi o que há de mais mundano em campos de solidão moral e de tristeza cármica.

Respirei o ar fétido de tabernas entregues ao desespero de seus usuários, em busca de sexo, bebida e droga.

Vendi-me, aos poucos, a cada desocupado que pudesse pagar a hora do meu prazer, que de sujo levava cada ser a mais completa desgraça, sem que percebessem a zombaria que percorria todo o aposento por ação de seres desencarnados que se satisfaziam com a desgraça coletiva. 

Digo hoje com o coração sarado que fiz tudo aquilo que no sexo não deve ser feito, e que sofri todas as dores possíveis pelo mau uso desta faculdade, cuja potencialidade deve ser usada para o amor e para o bem da humanidade.

Abortei filhos indesejados, que hoje clamo diariamente por perdão, por ter sido aquela que lhes fechou a porta da vida.

Peço que me olhem com menos ódio e que sintam que o meu arrependimento logo se transformará em oportunidade salutar de reparação, a qual peço, todos os dias, que Deus me conceda.

Filhos que não tive e vida que não vivi com sabedoria e respeito foi a história da minha última morada sob a terra.

Quando encontrei pela porta da morte física o meu retorno ao lar espiritual vi deste lado o reflexo do que encontramos no lado físico.

Meu Deus, como foi triste ver que deste lado também há aqueles que estão entregues a conduta sórdida, vendidos de alma e coração para uma força trevosa que caminha para o abismo que os destrói moralmente.

Não posso mais me deter a estas lembranças que ainda me são penosas.

O que sei é que encontrei aos poucos apoio amigo e fraterno, após muitos anos de isolamento e sofrimento, que hoje sei foram justos e devidos.

Quando me vi em outra direção, com pessoas amáveis e bondosas, lembrei-me da nossa mãe celestial que está nos céus da Galileia, esperando o despertar de seus tutelados no campo da verdadeira fé cristã.

Recebi o remédio salutar do amor, aquele amor fraterno, compreensivo, puro e bondoso, comprometido com o bem, com a caridade pura e divina, sem intenções rasteiras e esnobes. 

Passei a vivenciar a paz cristã de fato em minha vida, orei fervorosamente a Deus pedindo pela primeira vez perdão sincero por meus erros e a oportunidade de recuperação dos débitos pela porta da reencarnação renovadora. 

Fui acolhida em amplo hospital espiritual, onde hoje sou colaboradora, buscando pela caridade cristã redimir os meus muitos pecados, para que esta multidão de erros fique para trás através do exercício contínuo do amor.

Falar hoje sofre sexualidade e me remeter à máxima de Deus, cujo brilho se fez presente pelo seu filho e nosso irmão Jesus, ou seja, sempre será lícito e bom quando fruto do amor.

O sexo é importante complemento do exercício físico do amor, do qual o ser humano ainda necessita para compreender que é necessária a superação do mero prazer carnal para o deslumbramento espiritual de energias afins no campo da carícia. 

Quando retornamos a verdadeira morada vemos que muitos que estão aqui já compreendem que antes do desejo sexual deve florescer no coração o amor.

O amor quando for a única fonte a sustentar o espirito em sua vida errante, este compreenderá que nele está todo o prazer do qual necessita, para que haja em sua vida paz e esperança.

Aqueles que hoje trabalham no campo da fé espírita, junto ao hospital que colaboro, exercitam o prazer pela caridade pura e fraterna.

Amamos, e muito, mas com maior compreensão do que realmente nos é prazeroso e agradável ao espirito.

Vemos que alguns ainda insistem no erro da matéria física como fonte de prazer passageiro e efêmero, mas cujo tempo precisa ser respeitado, como vontade do Criador a favor de suas amadas e protegidas Criaturas.

Hoje me sinto mais leve, mas viva, do que quando estive entre vocês, em carne, pois vivia triste, com prazeres passageiros e com um enorme vazio na alma, que hoje busco preencher com o que verdadeiramente significa amar.

Hoje compreendo muito mais a máxima de que devemos, conforme o Mestre Jesus ensinou todos, amar a Deus sobre todas as coisas, confiando em seus desígnios, amar ao próximo, pela fraternidade e caridade, como a nós mesmos, buscando o fortalecimento da fé, para que haja em nós a verdadeira paz e a felicidade por meio de uma consciência tranquila. 

Assim, meus amigos, amem verdadeiramente e terão o prazer de compreenderem o que nos faz feliz de corpo e alma.

Sejamos meus amigos verdadeiros Cristãos, nos atos e nas ações, de todo o coração, hoje e sempre.

Que assim seja.

Pelo espírito de Margarida. 

Acompanhada pelo espirito de Pedro Paulo”

Nenhum comentário:

Postar um comentário