“A vontade que temos de que tudo que nos é querido seja tão belo e tão formoso quanto ao que nos é dado é motivo de desprezo inconsequente pela ação danosa ao corpo e a alma.
Vemos com tristeza a juventude que se entrega ao desânimo em tenra idade, impedidos pela própria tristeza e imprudência de exercer todas as suas faculdades, tidas como abençoadas pela divindade.
Fogem de seus deveres por caminhos tortuosos e perigosos de erros através de ações inconsequentes, sem que para isso tenham a noção exata do acontecimento que lhes aguarda quando as contas houverem que ser prestadas.
Os pais desguarnecem suas residências, deixando para o lado sentimentos nobres de amor e cuidados com os seus filhos, cujas tutelas foram concedidas pelo Senhor nosso Deus.
Pensam que o trato do filho se resume a lhe conceder o necessário para o vestuário, alimentação e educação, esquecendo que no campo de seus sentimentos, o abandono moral conduzirá a abismo que o fará sofrer, cuja dívida deverá ser arcada, com a oportunidade necessária para o reajuste.
Pensam que o desdém com que tratam seus filhos poderá ser suprido por recursos extensos no campo da materialidade efêmera e passageira, se fazendo substituir em seus deveres mais sagrados.
Os filhos serão levados ao erro para que com isso seus pais obtenham a paz do hoje e o remorso do amanhã, cujas chagas haverão de ser suportadas.
É necessário que os erros com que criam os sagrados filhos de vossas bênçãos sejam entregues ao acerto de contas da consciência, com a escolha de atos salutares e benéficos no sentido de que o amor seja a maior bandeira a estiar no tempo de dificuldades em seus lares.
Não podemos nos desfazer do que é eterno e gratificante por aquilo que nos é tão passageiro, cuja alegria dura nada mais do que alguns minutos, dias ou mesmo poucos meses.
A certeza do amor filial nos traz bênçãos e alegrias indizíveis, que se traduzirão em enormes méritos.
O caminho da felicidade passa invariavelmente pela felicidade daquele que nos é próximo.
Embora sintamos por vezes a dor daqueles que sequer conhecemos, a tristeza pela dor dos entes mais próximos, queridos em nossos corações, são mais penosos e conduzem a verdadeiros estados depressivos.
Digo isso em relação àqueles cujo sentimento do amor e do bem já se encontra desperto em seus corações e nas suas ações.
Assim deve se agir com os filhos, queridos espíritos que são introduzidos por graça de Deus em lares para que se tornem verdadeiras escolas de bênçãos e alegrias.
Logico que nem tudo é alegria dentro de um lar fraterno, mas é muitos menos penoso quando existe a certeza de que temos junto de nos aqueles que são queridos e querem de todo coração o nosso bem.
Testamos diariamente a paciência no trato com os que nos são próximos, sobretudo para que a humildade possa guiar as ações e as palavras que direcionamos a eles.
No campo sagrado do lar o plantio do amor é o único capaz de gerar frutos fortes e saudáveis dispostos à melhora íntima e do próximo.
O exemplo do amor ao próximo inicia-se dentro de cada lar, quando o pai ou o filho (a) dirige ao outro toda atenção e afeto, em verdadeiro estímulo no caminho do bem.
Não erramos de endereço ao reencarnarmos nesta ou naquela família, estamos onde necessitamos.
Mas lembre-se que é no lar que o amor inicia-se e pode com o passar do tempo elevar-se em patamares de abundância cuja influência se fará sentir a favor de todos.
Os filhos sentem e ouvem o exemplo de seus pais, por isso negligenciá-los é grave crime aos olhos de Deus.
Os pais precisam conduzir suas vidas a favor do exemplo, suprindo as necessidades íntimas de seus pupilos.
O bem querer é salutar benção na vida de todos e uma vez sentido será invariavelmente transmitido.
Não negligenciem seus filhos, bem como estes os seus pais, pois laços duradores surgirão, cujas bênçãos serão sentidas, tanto quanto no plano físico quanto no plano dos espíritos.
Vistam-se com o manto do amor e tragam para junto de si o ente que necessita do vosso amor, de sua palavra e de suas ações, pois assim, aos poucos, estará estendendo ao mundo as maravilhas do amor fraterno e caridoso.
Não entregue o que é apenas passageiro, mas aquilo que possui de mais duradouro, o amor, fazendo-se exemplo do poder da bondade na vida de cada ser.
Que assim seja, por amor a Deus, hoje e sempre.
Pelo espirito do amigo Pedro Paulo”
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