terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Lideres religiosos no poder - reflexão sobre religião e política




Quando a sociedade está enraizada em princípios religiosos a política é inevitavelmente influenciada pelas mais diversas correntes doutrinárias, não sendo possível que tal fato não ocorra, pois é inerente a postura filosófica da nação.

Um País realmente laico de fato e em atos é de difícil aplicação, pois não é possível evitar que a religião tenha influência na política nacional.

O poder emana do povo e em seu nome é exercido, razão pela qual a sua fé religiosa sempre irá influenciar nas decisões e politicas públicas.

A democracia também está nas religiões, pois a liberdade de sua manifestação é principio e garantia primordial em um estado de direito.

Vivemos em um País em que as mais variadas doutrinas religiosas encontram adeptos aos seus princípios e lições, influenciando na formação de uma opinião coletiva sobre este ou aquele assunto.

Trata-se de uma realidade social inevitável, pois a religião age no individuo e desperta o seu interesse muito mais do que os assuntos políticos.

Isso se deve muito ao comportamento de alguns políticos que já há algum tempo têm prejudicando, e muito, a imagem da política, sobretudo pela falta de ética e retidão no trato com a coisa pública.

Assim, para uma grande parte da população há mais motivos para confiar e admirar os religiosos do que os políticos, embora nem sempre alguns mereçam realmente toda essa consideração.

O que ocorre é que os religiosos estão mais próximos do povo e os políticos cada vez mais orgulhosos e mais distantes da vontade popular, ou seja, daqueles que deveriam representar no poder executivo e legislativo.

A religião influencia muito a política, até porque os órgãos do Estados não são compostos somente de ateus, mais essencialmente de pessoas que professam as sua crenças religiosas por meio das diversas doutrinas existentes. 

O correto é que o politico não busque introduzir no campo da política a sua doutrina religiosa, embora jamais deva abandonar a sua fé nos assuntos diários, pois isso irá influenciar em suas atitudes dentro da moralidade e da ética.

Faz parte da democracia que todos possam ter a chance de ocupar um cargo político, sendo ele um religioso ou não.

Entretanto deve buscar a harmonia entre as leis divinas e as leis dos homens, sobretudo por meio da estrita observância da Constituição, que estabelece os direitos basilares da sociedade e que emanaram da vontade da maioria.

O que não se deve admitir é que em nome de sua religião o político busque de alguma forma violar garantias pátrias como a igualdade e a liberdade nas suas mais diversas formas.

Até porque pregar intolerância com certas pessoas porque são diferentes em determinado campo do comportamento, ou até mesmo por sua cor de pele, não está em harmonia nem mesmo com qualquer religião realmente ão cristã, pois não há fundamento em qualquer lição de Jesus. 

Manifestar certas opiniões com base em algumas passagens do antigo testamento é como querer que o Estado volte a possuir características de monarquias teocráticas da idade média e que residem no passado e fazem parte apenas da ciência da história, como caminho que já foi percorrido e superado. 

Infelizmente enquanto alguns caminham na estrada evolutiva para frente, seguindo a transformação que se opera gradativamente na humanidade, outros preferem ficarem estagnados em princípios do passado, inclusive em politicas que fizeram tanto mal para a sociedade. 

Felizmente vemos que estas pessoas, embora literalmente gritem as suas opiniões retrógadas e perniciosas a sociedades, não encontram sustentação na opinião pública dominante.

As más inclinações no comportamento das pessoas passam a não serem aceitas, bem como repudiadas, na condição de nocivas para a transformação da sociedade, pela grande maioria.

Acredito que o Estado deve realmente não adotar qualquer religião como sendo oficial, porém a garantia da laicidade não atinge o comportamento segundo a fé de cada um. 

Achar o contrário é uma ilusão, pois não é possível que a diplomação dos políticos acarrete a anulação da doutrina religiosa que professa. 

Razão pela qual no embate político será sempre normal e aceitável que a religião seja parte integrante das ações dos governantes e dos parlamentares.

Da mesma maneira agimos em nossas profissões, sendo inclusive salutar que a fé seja um moderador de nossas ações e opiniões, no sentido de impor a nós um comportamento mais moral e ético. 

Mas, com o devido respeito, acredito, no campo da religiosidade, que não necessitamos de lições que não sejam aquelas que Jesus nos deixou, e que residem no novo testamento, sendo qualquer tipo de fanatismo a letra morta extremamente prejudicial. 

Ter como fundamento certas passagens do antigo testamento é querer instaurar na sociedade práticas já abolidas por toda nação civilizada.

Infelizmente alguns lideres religiosos parecem esquecer que o mesmo texto que condena, por exemplo, o homossexualismo ou a relação sexual antes do casamento e aquele que estabelece o sacrifício humano como uma ato de um temente à Deus. 

A fé e a nossa postura diante da política necessitam ser raciocinada e estudada, não sendo saudável que sejamos guiados cegamente por aqueles que nem sequer sabem o caminho do bem.

A verdade será sempre aquela que encontrar em nosso íntimo o aval moral necessário para a sua validação e aplicação na vida cotidiana. 

Deus nos dotou das mais belas faculdades no campo da potencialidade mental, sendo que a inteligência deve ser utilizada exatamente para distinguir o que está ou não de acordo com a sua bondade e com o amor que tem, indistintamente, por todos nós. 

Felizmente, aos poucos, algumas vozes intolerantes, de pessoas ainda presas as suas más inclinações, não encontram mais ouvintes suficientes na sociedade, sendo certo, que como em outros casos, não passaram de palavras cuja força será neutralizada pela natureza guiada pela mão sábia de Deus.

Sejamos um País laico, mas sem jamais perder a fé.

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