quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

O testemunho de um espírito desencarnado - a vida do outro lado - segunda parte




“.....Muito bem. Após ter conseguido sair do hospital que acolhe a nós os aflitos dos remédios da alma, fui para uma ampla e bela cidade, na qual fui novamente calorosamente acolhido.

Naquela cidade existe muito do que vemos ai na terra, porém nada aqui é tratado com descaso, mas pelo contrário vemos trabalhadores afincos na prática do bem da coletividade.

Não falta atividade e trabalho para ninguém, basta que haja uma vontade sincera em auxiliar.

Aqui não recebemos pelo nosso trabalho através do dinheiro, este bem material aqui simplesmente não existe, nossa remuneração é a recompensa de servir bem a quem tanto nos dá, ou seja, ao nosso Senhor Jesus.

Na vinha do Pai há muitas plantações, cujas sementes brotam dos corações apaixonados pelo exercício de servir ao bem.

Tão logo cheguei fui recebido por entes que me foram queridos na terra e que agora me conduziam na nova morada do nosso Pai.

Adentrei com espanto pela porta do meu novo lar, uma casa muito simples, porém onde o amor não falta e a compreensão impera.

Tenho hoje um pequeno quarto no qual guardo nada mais do que o necessário, pois é do outro lado do umbral da portal é que encontro o que me é realmente importante.

As pessoas daqui estão sempre a contar as histórias vividas quando ainda encarnadas, muitas viveram na região do Estado de São Paulo.

Como é bom compartilhar das ideias e das dores da vida, pois assim aprendemos que vivemos muitos menos do que pensávamos no campo da provação terrena.

Meus queridos amigos muitos que hoje gozam dos benefícios desta morada já estiveram como eu presos nas regiões das trevas e pela porta do arrependimento sincero encontraram um porto seguro e mais feliz.

Ontem estive com o belo amigo que há muito tempo não tinha a oportunidade de compartilhar ideias.

Ele me disse que estava visitando a sua mãezinha que ainda está sob a terra e que via com dor o sofrimento com que ela atravessava os últimos anos de sua vida.

Buscava energizar as suas energias físicas no intuito de lhe possibilitar mais saúde para os desafios da vida e do dia a dia.

Muito do orgulho que havia no passado havia se transformado em angústia quanto ao futuro.

Mas o filho querido estava sempre perto dela na espera da solução das dores pelas portas da desencarnação salutar.

Sentia-se aflito, mas ao mesmo tempo buscava manter firme a convicção de que não há mal que não traga no futuro a sua cura.

Logo estariam novamente juntos, como mãe e filho.

Quando soube desta pequena história pensei “como tantas mãezinhas sofrem a perda de seus filhos sem que saibam que nada morre, sobretudos os lações de afeto que os ligaram desde o nascimento, senão desde vidas remotas na senda do tempo”

Mãezinhas saibam que seus filhos que partiram antes de vocês continuam lhes amando e velando ao seu lado a saúde física e espiritual que os ligaram há muito tempo pelos lações indissolúveis do amor.

Assim é a vida aqui, como uma escola constante em que o ensino é pelo contato amigo e fraterno.

Quantos olham para nós sabendo que, como eles, procuramos agora uma nova porta para a reparação de nossas faltas.

A estrutura a favor da encarnação visa possibilitar a cada um o seu regresso à escola da vida terrena, como uma bela oportunidade de se tornar melhor do que já fomos no passado.

Vocês se perguntam como é o paraíso. Não sei nas esferas mais elevadas, mas onde moro atualmente é como um “cantinho do céu”.

Como é gostoso olhar para uma natureza virgem, sem os maus tratos dos seres humanos, que dá a nós uma noção da grandeza do seu Criador.

As escolas encontram deste lado tantos alunos quanto moradores, pois estamos todos ansiosos pela aprendizagem, sobretudo dos mistérios da vida após a “morte”.

Ora, não morremos, apenas mudamos.

Aqui como ai há seres vivos de todas as espécies, inclusive nós, humanos racionais de passados irracionais.

Amigos o que posso dizer a cada um é que utilizem bem da sua oportunidade sobre a terra, pois tenham certeza de que na continuidade da vida muito será lembrado e o remorso somente sanado pela porta da reencarnação.

É interessante notar que moradores antigos desta colônia buscam retornar em situação que muitos deste lado da vida pensariam se tratar de verdadeiras loucuras.

Mas a luz da razão com a certeza da fé conduz os seres as suas verdadeiras necessidades, sobretudo do perdão do próximo e da caridade como caminho certo para a salvação de seus pecados.

Não há salvação senão pela caridade pura e verdadeira.

Conversei a pouco tempo com um lindo jovem que aparentava seus trinta e cinco anos de idade, vítima de seu próprio infortúnio como pessoa egoísta e maldosa, que no anseio de poder se entregou ao erro e a morte pelas mãos de suas vítimas.

Ao conversar com o mesmo notei que ele esperava ansiosamente o seu retorno como cego e incapaz por deficiência física e mental de praticar os atos da vida com liberdade e discernimento.

Perguntei ao jovem: Por que se sente tão contente com tão dura provação?

Respondeu: O mal que cometi me causa muito mais dor e sofrimento do que qualquer mal físico que possa me acometer na terra, nada mais será do que a minha própria purificação de caráter.

Bom, espero que este não seja o meu caso, mas ainda é cedo para saber o que realmente me espera na escola da reencarnação.

O que tenho aprendido é que Deus não erra, nós é que erramos e quando despertamos pedimos pela reparação e pelo ensino eficaz da vida no corpo físico.

Ensinam aqui que por mais dura que seja a provação, a resignação e a bondade que carregarmos serão benéficos remédios de alivio e de ajustamento das tarefas.

Amar apaga uma multidão de pecados, pois muitos do que amamos são justamente aqueles dos quais necessitamos de tanto perdão quanto seja possível dar e receber.

Pois bem amigos, chegamos à segunda parte do meu testemunho, mas que não acaba ainda por aqui sigamos no caminho das obras do nosso Senhor.

Que Deus nos guie sempre e que no próximo dia estejamos todos juntos a favor da verdade e da vida.

Que assim seja, hoje e sempre.

Carlos Andrade.

Assistido pelo zeloso amigo Pedro Paulo”

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